Obras em rodovia entre a sede de Domingos Martins e Melgaço podem iniciar a partir de agosto

Publicado em 11/06/2025 às 11:21

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Texto: Bruno Caetano e Julio Huber / Foto: Julio Huber

Há mais de quatro anos, moradores e usuários enfrentam as condições precárias dos 32,2 quilômetros das rodovias ES-465/368, entre a sede de Domingos Martins e o distrito de Melgaço. Apesar da conclusão do processo licitatório em janeiro de 2025 e da definição do consórcio responsável, o início das obras permanece indefinido. A nova promessa do Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) é de que as obras comecem a partir de agosto.

Quem depende da rodovia convive com os impactos diários da sua má conservação. Eden Schwambach Junior, morador da sede e usuário frequente, relatou que já quebrou seu veículo três vezes em menos de dois anos, devido às condições da estrada.

“Os políticos só prometem. O tapa-buraco dura uma chuva, e depois tudo volta ao mesmo. Já mandaram medir o percurso umas 90 vezes como se isso fosse mudar alguma coisa. Mesmo com o recapeamento prometido, não haverá melhorias em trechos perigosos, só querem colocar mais quebra-molas”, criticou Eden.

Outro morador que relata a precariedade da via é Ronaldo Reis. Ele destacou os prejuízos causados pelos buracos. “Os danos que a estrada provoca nos carros são enormes. O DER demora para fazer manutenções, e o que fazem é paliativo, porque os buracos voltam rápido. Já houve bloqueios por parte dos produtores em protesto contra o descaso. Além disso, o serviço sempre começa no sentido Domingos Martins a Melgaço e para antes da metade da estrada, talvez por falta de verba. Parece incompetência dos responsáveis”, desabafou.

PROTESTOS – O Montanhas Capixabas mostrou um dos protestos citados por Ronaldo Reis, que culminou no fechamento da rodovia, ecoando as demandas da população local. Wilmar Kempin também relatou a má vontade do governo estadual em resolver o problema de vez. “O projeto Caminhos do Campo foi um erro desde o começo. A base do asfalto não a o peso dos caminhões. A manutenção feita pela prefeitura tem sido mais eficiente, mesmo não sendo responsabilidade dela. A má conservação tem trazido prejuízos a todos, danificando veículos, e a sinalização é precária. O turismo, que já cresce na região, sofre muito com a estrada perigosa e abandonada pelo poder público estadual”, declarou.

Em janeiro deste ano, após o portal Montanhas Capixabas destacar a ausência de prazo para as obras, o DER enviou uma empresa que realizou uma operação tapa buracos, e, poucos dias depois, a via já estava esburacada novamente. Em 2023, a prefeitura realizou uma operação para tampar os buracos, mesmo não sendo de responsabilidade da Prefeitura a manutenção da via.

O portal Montanhas Capixabas questionou a atual istração da Prefeitura se a mesma já havia atuado para melhorar as condições da via. Entretanto, mesmo depois de diversas tentativas de retorno das perguntas, a Prefeitura não enviou resposta até o fechamento desta edição.

PROMESSAS – No início deste ano, após o Montanhas Capixabas publicar uma reportagem mostrando as precárias condições da rodovia, o presidente da Câmara de Domingos Martins, vereador Diogo Endlich, utilizou as redes sociais para questionar a veracidade das informações oficiais obtidas pela reportagem junto ao DER. Ele afirmou que a obra começaria até abril, com base em informações recebidas do diretor-presidente do DER.

Ainda em 20 de janeiro deste ano, o mesmo presidente da Câmara Municipal, Diogo Endlich, publicou um vídeo anunciando o início de mais uma obra de tapa-buracos na rodovia, e, novamente afirmou que, após reunião com o diretor-presidente do DER, José Eustáquio de Freitas, obteve informações de que as obras de recapeamento começariam em abril deste ano.

Clique abaixo e veja o vídeo publicado por Diogo Endlich em seu Instagram:

Contudo, o próprio vereador esclareceu, após a equipe do Montanhas Capixabas entrar em contato, que não garantiu o início, apenas replicou a informação recebida em reunião oficial, lamentou o atraso e afirmou que não possui nenhuma responsabilidade sobre a gestão da obra.

“A Câmara Municipal de Domingos Martins não tem autonomia para deliberar sobre obras que pertencem ao Governo do Estado, cabendo essa fiscalização aos deputados estaduais por meio da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo. O que os vereadores têm feito é buscar diálogo com os deputados estaduais e órgãos competentes, como o DER”, afirmou em nota.

PREFEITURA TAMBÉM PROMETE OBRA – A Prefeitura de Domingos Martins, utilizando as redes sociais, afirmou que as obras de recuperação da estrada que liga a Sede a Melgaço começariam em maio deste ano, conforme veja print do comentário abaixo.

A equipe do Montanhas Capixabas procurou a Prefeitura de Domingos Martins, por meio da assessoria de imprensa, para esclarecimentos sobre o andamento das obras e para saber o porquê que a afirmação não se concretizou, mas até o momento do fechamento desta reportagem, não foram enviadas as respostas aos questionamentos feitos.

Também foi perguntado à Prefeitura de Domingos Martins se a istração tem feito alguma manutenção com recursos próprios do município ou se tem previsão de fazer para melhorar as condições da rodovia, e qual valor aproximado já foi gasto de recursos próprios com operação tapa-buracos naquele trecho, perguntas que também não foram respondidas.

Histórico de negligência se arrasta há mais de quatro anos

A falta de uma data específica para o início dos serviços gera frustração entre os moradores e motoristas que diariamente enfrentam as más condições da rodovia. O portal Montanhas Capixabas registra a situação da estrada – que é motivo de reclamações – desde 2021. Buracos, desmoronamentos e outros problemas estruturais comprometem a segurança do tráfego e causam prejuízos aos usuários da via.

O portal Montanhas Capixabas destacou várias vezes o descaso, registrando queixas da população e cobrando ações efetivas. Mesmo após anos de promessas, a situação se agravou. Em uma ocasião inusitada, as faixas da rodovia foram pintadas sobre buracos e irregularidades, evidenciando a superficialidade das medidas adotadas.

Promessa de início das obras a partir de agosto deste ano

O DER informou que “contratou uma empresa para elaboração de projetos básico e executivo de engenharia e execução de obras de reabilitação e melhorias operacionais da Rodovia ES-465/368, trecho Domingos Martins – Melgaço, com 32,20 km de extensão. A ordem de início foi dada em 10 de março de 2025, e a previsão do prazo de execução é de 510 dias, sendo que os primeiros cinco meses são da fase de projeto”, afirma em nota.

No início deste ano, foi realizado um serviço de “tapa-buraco” pela empresa contratada do DER. Entretanto, semanas depois, os buracos apareceram novamente e atualmente a situação está novamente crítica. Perguntado se há previsão de um novo serviço de melhoria paliativa até que a obra de recuperação seja iniciada, o DER não respondeu a este questionamento.

O que está previsto para as obras?

Em maio de 2024, foi dado um o crucial para a recuperação das rodovias ES-465/368, que conectam Campinho (Domingos Martins) ao distrito de Melgaço. O governador Renato Casagrande anunciou a publicação do edital de licitação no Diário Oficial do Estado, destinando R$ 44 milhões para a execução da obra pelo Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES). O evento, realizado no Palácio Anchieta, representou uma esperança de mudança para uma região marcada por anos de abandono.

Segundo a nota oficial do DER-ES, a reabilitação da rodovia incluirá serviços essenciais como drenagem, terraplanagem e sinalização horizontal e vertical. Nos trechos urbanos, haverá pavimentação com blocos de concreto, com o objetivo de controlar a velocidade do tráfego e reduzir acidentes.

A rodovia tem grande importância para a economia local, principalmente para o escoamento da produção agrícola e para o turismo, que é uma atividade em expansão na região das montanhas capixabas. Por isso, a demora na recuperação gera insatisfação e preocupações sobre a segurança e o desenvolvimento da região. Enquanto isso, a população segue na expectativa pelo início das obras e por um desfecho que atenda às necessidades da comunidade.

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